O aprendiz de assassino, o jovem Michelito de 11 anos foi proibido de actuar esta noite no campo pequeno.
Foi a Comissão de Protecção de Menores de Lisboa, que inviabilizou a actuação do assassino toureiro mexicano de apenas 11 anos, ao indeferir o pedido, para a sua actuação.
Muito por força da associação "Animal" e outros (onde com orgulho me incluo) que expôs à comissão de Protecção de menores e à Autoridade para as Condições de Trabalho.a aberração de uma criança de 11 anos actuar numa arena.
Estamos atentos... Muito atentos.... Parabéns à "Animal".
De RC a 19 de Junho de 2009 às 10:07
E já agora... Parabéns à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
No fundo parabéns a todos!
Saudações
De ana baptista a 19 de Junho de 2009 às 11:09
Caros Senhores.
Gostaria de fazer o seguinte comentário:
1º- parabéns à CPCJ Lisboa centro que teve a coragem de fazer cumprir a Lei.
2ª a criança não é um aprendiz de assassino. essa frase é, no mínimo, ofensiva para uma criança que, provavelmente, não escolheu este caminho.
Foi, sim, levada a escolhe-lo.
E parabéns à ANIMAl, claro.
Ana Baptista
Parece-me que os mais ofendidos foram as centenas de touros que este Michelito torturou, cortou rabos e orelhas e os fez vomitar sangue. OFENSIVO?, para o menino, que tortura animais por prazer ? Os valores andam invertidos nesta história, não ?
De ana a 19 de Junho de 2009 às 20:48
Não. Os valores não estão invertidos.
Aquestão é exactamente essa.
Quando defendemos cegamente uma causa, perdemos o pé.
Neste caso, estou absolutamente de acordo com a vossa causa. Sempre fui contra as touradas. Acho um espectáculo primário, deprimente, sem razão de existir.
Só tenho pena que a convicção em algo tão nobre vos turve a visão, permitindo que adjectivem uma criança com uma palavra agressiva, desmedida, intolerante e desrespeitadora da ideia de "ser criança": um sujeito de direitos com necessidade de protecção especial.
Adjectivem, antes, a educação que lhe deram. Essa sim, alvo de críticas severas.
Cumprimentos, e vivam os touros! Nos pastos!
ana baptista
Estão invertidos com certeza. desafio-a a ver um vídeo das actuações deste miúdo para verificar a frieza e crueldade com que este miúdo olha para um animal que acabou de lhe espetar uma espada na cabeça, vangloriando-se com o seu feito. Independentemente da execrável edução que teve, este menor transformou-se naquilo que é! É importante não contemplar os agressores e opressores com "flores e poesia" mas chamar-lhes aquilo em que precocemente se transformaram, infelizmente para os suas vitimas. Por ser menor, não invalida aquilo em que se transformou. Então e daqui a 6 anos quando continuar na senda do crime ? Nessa altura já o podemos adjectivar ? Qual a diferença ? Não compreendo. Abstraindo-nos da sua idade, o que é este indivíduo hoje ? Como o pode apelidar ? Uma vitima da própria educação ? Então e as suas vítimas de hoje ? Mas afinal quem é realmente vítima deste miúdo ?
De ana a 19 de Junho de 2009 às 22:57
Acabei de ver os videos que refere. tenho uma imensa pena da criança.
tem uma educação e uns valores que eu não subscrevo. que condeno.
mas se não compreende que uma criança deve ter um tratamento e uma compreensão relativa aos seus actos, diferente daquela que se dá a um adulto, não falamos a mesma língua.
então qual a razão da "maioridade"?
porque não prender esta criança?? condená-la, como um adulto??
o ódio visceral com que fala acerca de uma criança abala, na minha opinião, o valor das suas convicções.
e isso é uma pena.
um abraço,
ana baptista
Ana, lembra-se daquele caso no Porto do bando de miúdos entre os 11 e os 16 anos que mataram um transexual, com requintes verdadeiros de malvadez, num prédio abandonado no Porto ? Foram condenados pelo crime cometido, e ainda hoje estão, penso eu, em regime de exclusão, num centro de reinserção de menores. Pelo facto de serem menores, inviabiliza, desculpabiliza ou atenua o crime que cometeram ? Penso que não! Portanto, este miúdo deveria, obviamente (caso a nossa sociedade fosse perfeita) ser castigado pelos crimes que habitualmente comete da mesma forma que no caso referido do transexual . Pelo facto de os miúdos do Porto terem tido uma educação deficiente e errada não invalida o crime cometido. Quanto muito é um factor atenuante. O que acredito é que a justiça não pode olhar pela mesma bitola quando julga um adulto ou uma criança, mas que deveria ser castigada, aí não tenho qualquer dúvida.
Abraço
De RC a 19 de Junho de 2009 às 12:21
Em aditamento ao comentário anterior...
Gostaria de afirmar defendo militantemente os direitos dos animais. Considero que a inteligência do ser humano, responsável por algumas aquisições civilizacionais admiráveis (outras nem por isso), impõe um novo paradigma de relacionamento com aqueles com que partilhamos este frágil corpo rochoso que gira em torno da sua estrela. No entanto, se temos a capacidade de reconhecer os direitos dos animais, temos que ter, por maioria de razão, capacidade para reconhecer os direitos humanos, concretizados em cada pessoa. Nestes direitos humanos incluem-se evidentemente os direitos das crianças. Apelidar uma criança como "aprendiz de assassino", constitui um desrespeito inaceitável desses direitos. Uma criança não é, e não pode ser, apelidada de "assassino". Tal expressão revela intolerância que nem a defesa de uma causa nobre justifica a sua utilização. A coerência, a ética e o mais elementar respeito pelos direitos humanos das crianças exigem outras palavras. Só assim é que revelamos a nobreza das causas que defendemos.
Muito bem. Então o que se chama a um individuo de menor idade que se gaba te ter matado em publico dezenas de touros, de lhes ter cortado as orelhas e o rabo enquanto estavam vivos, que sente grande satisfação quando lhes espeta uma espada que os faz vomitar sangue.
O que é alguém assim ? Eu só conheço um nome ! Não me deixo cair nos "paradigmas das criancinhas intocáveis". Da mesma forma que digo que não sinto qualquer desconforto quando sei que um torturador foi estropiado por um touro na lide. Quanto à criancinha independentemente de ter sido ensinado valores profundamente errados, não deixa se ser quem é !
De RC a 19 de Junho de 2009 às 22:13
Um pouco de história...
Os primeiros movimentos de defesa dos direitos das crianças surgiram do activismo e da intervenção cívica dos movimentos de defesa dos animais, o século era o XIX e o país os EUA.
Por respeito a esse ideário humano, tolerante e construtor de uma sociedade mais justa e moderna, nem sequer comentarei as suas palavras. Deixo apenas esta nota... como disse Nietzsche, tenha cuidado quando luta com um monstro para que não se torne num.
Cumprimentos cordiais,
Visão poética, porém completamente respeitável. Já agora, deixe-me dizer-lhe que, a meu ver, é mais eficaz levar esta luta sem contemplações com o agressor.
Para além disso, deixe-me dizer que me transformarei num monstro, no dia em que ficarei indiferente à brutalização de seres sencientes. Até lá, sinto-me bem vivo a lutar por aquilo em que acredito. Não existe qualquer justificação moral para fazer-mos sofrer alguém por razões triviais. A tirania que é um espectáculo tauromáquico , urge que seja combatido com determinação. Sou impaciente, admito, mas acredito que ninguém que compreenda aquilo que touros e cavalos suportam na arena, pode criticar tal impaciência. Os habituais canais legítimos de protesto são lentos e incertos. Cumprimentos
De ana a 19 de Junho de 2009 às 23:50
A comparação não faz sentido. É o caminho fácil e perverso (sem ofensa) para resolver a questão. Peço desculpa mas não quero continuar esta "conversa" por aqui.
É uma canseira, isto de me dirigir mais do que 2 vezes a alguém que não sei a cara (e não, isto não é um convite para um café!) :)
Desejo-lhe todo o sucesso para a sua, nossa, causa.
Sem sacrifícios ! Nem de touros nem de miúdos que só fazem o que lhes ensinaram e incentivaram a fazer.
A verdade é que, se eu fosse filha, irmã, prima de toureiros, muito provavelmente teria outra opinião acerca do assunto.
Independentemente de nos chocarmos com os outros, podemos sempre tentar colocarmo-nos na sua pele. Por vezes as coisas clarificam-se (não estou a dizer que se aceitem).
Até sempre.
Ana Baptista
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