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Provocar sofrimento aos animais é um acto bárbaro contrário à nossa verdadeira natureza e impróprio de nações civilizadas, ainda que, escudado na tradição e como forma de expressão “cultural”. As tradições devem ser respeitadas desde que não violem os valores superiores da civilização. Neste caso, a Declaração Universal dos Direitos do Animal de 1978.
O modo como criamos e tratamos os animais - inclusive o facto de nos servirmos deles como alimento ou de os utilizarmos como peles ou acessórios -, os processos experimentais a que os sujeitamos em nome da ciência, o abandono e maus tratos que lhes infligimos, a vida em cativeiro que lhes impomos, a comercialização, o tráfico e a utilização destes para nosso entretenimento: no circo, na caça, na tourada, no jardim zoológico... partindo do princípio que eles existem para nosso prazer e conveniência e que a sua vida pouco conta comparada com os nossos desejos, são reflexo da nossa trajectória evolutiva.
O caso das touradas, por exemplo, que continuam a ser realizadas nalguns países e nalgumas regiões - Portugal, Espanha, México e algumas cidades do sul de França - causando o sofrimento de touros e cavalos e acabando algumas vezes, apesar de proibido, com a morte do touro sob a inoperância das autoridades é um espectáculo degradante em que a arte é a tortura e a violência é a cultura. Veja-se o recente “regime de excepção” para Barrancos em relação às touradas de morte. Onde o Estado português respondendo ao apelo dos aficcionados pela atracção mórbida pelo sangue permite que se mate o animal para gáudio dos presentes.
Enquanto as plantas, como seres vivos, não têm cérebro nem sistema nervoso, os animais tal como os Homens possuem-nos. A grande diferença que nos separa destes reside no facto de possuirmos consciência da nossa identidade. Os animais têm inteligência e sentimentos - e por isso sentem dor -, mas reagem por instintos, pois estão desprovidos de consciência. Essa consciência é, na verdade, uma forma de pensar a respeito de quem nós somos, moldada pelos registos acumulados de acontecimentos agradáveis e desagradáveis que residem sobre a forma de memórias em cada uma das nossas células. Quando o Homem reage exclusivamente por instintos coloca-se ao nível do quadrúpede...
Para que haja evolução é preciso que exista mudança na forma de pensar e no modo como agimos. Os instintos contrariam-se em nome do desenvolvimento pessoal e civilizacional. Se não tivéssemos aprendido a controlar os nossos impulsos nada nos separaria hoje do modo de vida dos povos primitivos. Comportamentos ancestrais mesmo que amplamente enraizados e tidos como naturais à custa da repetição e por força da educação, são sempre passíveis de serem questionados e motivo de aperfeiçoamento.
Errar é humano o que não é humano é persistir no erro, sobretudo quando esse erro significa infringir dor e sofrimento a outros seres, sejam eles humanos ou animais. E todos sabemos o quanto a crueldade humana pode ser realmente terrível e assustadora. A escravatura, o feudalismo, o colonialismo, o genocídio de índios, o fascismo, o nazismo, as cruzadas e a inquisição são disso tristes testemunhos.
«Lembro-vos aqui serem a expansão de consciência, a produção de sensibilidade crescente e a percepção consciente, a meta de todo o esforço divino e hierárquico.» Alice A. Bailey